A industrialização representa a base da expansão econômica e urbanização global, que estimula diversos setores em paralelo com o crescimento da população mundial. Espera-se que até 2050, a humanidade atinja 9,9 bilhões, aumentando a demanda de energia e alimentos em 80% e 70%, respectivamente (Wang et al., 2021). Durante os dois últimos séculos, a economia mundial se desenvolveu por meio da superexploração dos recursos naturais e do desvio e/ou desbalanço dos ciclos biogeoquímicos, dos quais a biosfera é dependente. Neste contexto, o desmatamento desenfreado para uso da terra na produção de alimentos, além do uso de recursos como a queima de combustíveis fósseis, levou à intensificação das emissões de fontes antropogênicas de gases de efeito estufa (GEEs), impactando o clima global (Malhi et al., 2021). Como exemplo, em 2016, sistemas energéticos e alimentares representaram mais de 90% de todas as emissões globais de GEEs (principalmente na forma de CO2). Por fim, calcula-se que as emissões de GEE aumentem em 50% até 2050, principalmente devido ao incremento de 70% nas emissões de CO2 relacionadas à energia, com impactos diretos no equilíbrio dos ecossistemas mundiais e sobrevivência da biosfera.